14 dezembro 2006

Análise >> Efeito Borboleta 2 (The Butterfly Effect 2)

Depois de sua estréia na direção cinematográfica, em 1997, com Mortal Kombat 2, o cineasta John R. Leonetti passou quase dez anos se dedicando aos filmes de TV e a direção de fotografia, sua principal função dentro da indústria do cinema atualmente. Agora, ele se aventura novamente na direção em Efeito Borboleta 2, tentativa de pegar uma carona no bem-sucedido Efeito Borboleta, de 2004, que custou US$ 13 milhões e faturou mais do que sete vezes este valor nas bilheterias. Ficou na tentativa. Efeito Borboleta 2 padece do grande mal das continuações: falta de criatividade em relação ao filme anterior. Trata-se apenas de uma nova versão – agora piorada – de tudo aquilo que já foi visto no primeiro filme.

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09 dezembro 2006

Análise >> Ela Dança, Eu Danço (Step Up)

Primeiramente, tente não pensar no infeliz título baseado naquele hit do funk carioca tocado exaustivamente em rádios, festas e supermercados brasileiros. Não há nada de funk em Ela Dança, Eu Danço. Protagonizado por atores jovens e relativamente desconhecidos, o filme mistura elementos de musicais como o clássico Fama (1980) – referência já evidente na abertura do filme - e o mais recente No Balanço do Amor (2001) para contar uma história de amor que gira em torno da paixão dos personagens em torno da música e da dança.

Ela Dança, Eu Danço é previsível e certinho. Dirigido pela coreógrafa Anne Fletcher em sua estréia como diretora, o filme não apresenta nada de novo no gênero de filmes sobre dança. Mas, para quem gosta desse tipo de produção, chega a agradar, especialmente o público mais jovem. O argumento da produção trabalha em cima de uma história de amor entre um garoto pobre e uma menina rica. Ao mesmo tempo, as coreografias de Ela Dança, Eu Danço mistura passos do balé clássico ao moderno hip hop, criando um interessante panorama nesse sentido. A trilha sonora traz composições que misturam hip hop e acordes de instrumentos clássicos, como violino e piano. Existe algo de interessante no filme capaz de agradar aos que apreciam dança, mas, aos que não dão a mínima para produções do gênero, a previsibilidade do roteiro faz com que ele não seja nada interessante.

Tyler (Channing Tatum, de Ela é Demais) é um jovem da periferia que adora sair com seus amigos para dançar hip hop. Numa dessas “farras”, ele acaba cometendo atos de vandalismo numa escola de artes e é condenado a prestar 200 horas de serviço no local. Trabalhando lá como faxineiro, ele toma contato com esses jovens aspirantes a artistas e conhece Nora (Jenna Dewan, de O Grito 2), uma jovem que sonha com a carreira de bailarina. Com uma mãe que não entende muito bem suas aspirações artísticas, ela passa boa parte do seu dia se dedicando ao treino para uma apresentação final na escola que pode garantir não somente a conclusão do curso, mas um possível futuro na dança profissional. Quando seu companheiro se machuca, Nora resolve chamar Tyler para ser seu parceiro.

06 dezembro 2006

Análise >> Happy Feet: O Pingüim (Happy Feet)

Happy Feet: O Pingüim começa com uma cena musical que lembra demais Moulin Rouge – O Amor Em Vermelho!, segue nitidamente inspirado pelo clássico conto infantil O Patinho Feio, e depois se transforma num tipo de versão animada de A Marcha dos Pingüins. O que não chega a ser um demérito. O desenho tem, sim, suas qualidades.

Ambientado magnificamente (é incrível o que o desenvolvimento da computação gráfica tem conseguido!) no Pólo Sul, o filme mostra o nascimento de Mano (ou Mambo, na versão original), um simpático pingüim imperador que, contrariamente a todos de sua espécie, não sabe cantar. Ele sabe, sim, sapatear, mas esta habilidade é considerada estranha e até ofensiva no seu grupo social. Desta forma, Mano cresce como uma espécie de “nerd”, “perdedor”, ou, como diriam os norte-americanos, loser, incapaz de se ajustar socialmente. Porém, ao encontrar acidentalmente um grupo diferente de pingüins “latinos”, Mano vê uma luz nascer no fim da geleira.

Happy Feet: O Pingüim é um filme irregular. Brinda o público com imagens belíssimas, desenvolve personagens divertidos, mas traz um roteiro de certa forma desequilibrado, que demora para engrenar, se estende demais em determinadas seqüências e nos minutos finais tenta resolver tudo rapidamente.

Talvez o principal problema de Happy Feet: O Pingüim seja a busca desenfreada pela conquista tanto do público infantil como o adulto. Os produtores sabem que este tipo de desenho animado de alto custo (a estimativa é de que foram investidos US$ 85 milhões na produção) não pode correr o risco de fracassar nas bilheterias. E, para isso, necessitam agradar ao mesmo tempo pais e filhos. O que não é nada fácil. Nesta difícil tentativa, o filme levanta problemas que talvez sejam adultos demais para as crianças, ao mesmo tempo em que traz longas cenas de perseguição que talvez sejam cansativas demais para os adultos. Uma indefinição sempre perigosa.