Nota: 9/10
Duncan Jones se estabeleceu em Hollywood após comandar sua obra de estreia, Lunar, deixando, de uma vez por todas, de ser apenas o filho de David Bowie.
Com talento e inventividade o diretor mostrou que tinha futuro na indústria cinematográfica surpreendendo toda a crítica com uma ficção-científica de baixo orçamento, mas muito bem orquestrada, e que garantiu para o ator Sam Rockwell um das grandes atuações de sua carreira...
Duncan Jones se estabeleceu em Hollywood após comandar sua obra de estreia, Lunar, deixando, de uma vez por todas, de ser apenas o filho de David Bowie.
Com talento e inventividade o diretor mostrou que tinha futuro na indústria cinematográfica surpreendendo toda a crítica com uma ficção-científica de baixo orçamento, mas muito bem orquestrada, e que garantiu para o ator Sam Rockwell um das grandes atuações de sua carreira...
A película narra a história do capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal), que desperta num trem cercado por pessoas estranhas e poucos minutos antes que o mesmo venha a explodir num atentado terrorista. Em instantes, Stevens percebe que está dentro de um programa chamado Código Fonte, comandado pelo exército norte-americano, no qual, repetidas vezes, voltará no tempo oito minutos antes da explosão com o intuito de descobrir quem comandou o ataque. Nesse tempo, o capitão tenta entender como foi parar dentro do programa e qual seu propósito. A fita ainda conta com Vera Farmiga na pele de uma oficial do Código Fonte, Jeffrey Wright como o cientista por trás do projeto e Michelle Monaghan interpretando uma passageira do trem por quem Stevens, inevitavelmente, acaba se apaixonando.
Apesar de tratar de uma história já batida – alguém preso no tempo e tentando encontrar uma saída – o roteirista Ben Ripley supera esse estigma ao explorar outras nuances, começando pela idéia de não se ater exatamente a uma prisão temporal, mas a um programa de computador controlado por humanos.
É eficaz também o mistério que cerca o capitão Colter Stevens, que tem como última lembrança o campo de batalha no Afeganistão, sem saber como foi parar no projeto. À medida que o personagem central vai juntando as peças desse quebra-cabeça ao passo em que tenta desvendar os mistérios no trem, o filme ganha ritmo e pontos positivos.
As ideias sugeridas pelo roteiro para justificar sua existência seriam, por si só, capazes de manter o filme girando sem denegrir a ação que este pede, já que o ocorrido com Stevens e o atentado no trem, além do Código Fonte, serem temas intrigantes. Isso fica provado quando o capitão corre de um lado para outro atrás dos possíveis suspeitos, prendendo o espectador na cadeira, ou mesmo criando raiva e frustração ao assistimos, impossibilitados de interferir, a situação claustrofóbica pela qual passa o protagonista enquanto está confuso e preso a uma câmara escura e gelada. É justamente nessas passagens que Duncan Jones mostra seu talento, revelando o excelente potencial que tem.
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