Ao anunciar que Robert De Niro interpretaria dois dos mais notórios chefes da máfia — Frank Costello e Vito Genovese — em um mesmo filme, era natural que as expectativas em torno de The Alto Knights: Máfia e Poder fossem altas. Dirigido por Barry Levinson, responsável por clássicos como Rain Man, o longa prometia resgatar a atmosfera dos épicos mafiosos que marcaram o cinema. No entanto, o que se esperava ser uma obra grandiosa revela-se, em sua execução, um exercício cansado de nostalgia sem o vigor necessário para se sustentar.
Robert De Niro faz o possível, entregando performances distintas para seus dois personagens, mas o esforço esbarra em um roteiro genérico e pouco inventivo. Faltam nuances que permitam ao espectador realmente mergulhar na psicologia desses homens poderosos, e mesmo a técnica de “dois De Niros em cena” parece mais um truque do que um recurso narrativo bem explorado.
A direção de Levinson tenta ecoar o peso moral e estético de filmes como O Poderoso Chefão ou Os Bons Companheiros, mas tropeça em uma narrativa fragmentada e apressada, que salta de evento em evento sem se aprofundar em nenhum. A montagem, irregular, dá ao filme um ritmo quase episódico, como se fosse uma minissérie editada para o cinema — e não no bom sentido.
Visualmente, Alto Knights é competente, com uma boa reconstituição de época e uma fotografia que tenta emular o tom sombrio e elegante do gênero. No entanto, forma sem substância não é suficiente. O roteiro carece de tensão dramática, e os conflitos centrais — tanto entre os personagens quanto internos — parecem apenas ilustrativos, nunca arrebatadores.
A recepção crítica confirma a sensação de decepção: com apenas 39% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma bilheteria fraca em sua estreia nos EUA, o filme está longe de alcançar o status de clássico. A crítica espanhola chegou a perguntar: "Como conseguiram fabricar um desastre como este?" — um exagero talvez, mas que aponta para um sentimento comum de frustração.
Em um gênero já saturado, The Alto Knights não oferece nada de novo nem revisita os velhos caminhos com frescor. É um filme que parece feito para cumprir uma promessa nostálgica, mas que não encontra razão de existir no presente cinematográfico.

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