06 outubro 2011

Análise >> Contra o Tempo (Source Code)

Nota: 9/10

Duncan Jones se estabeleceu em Hollywood após comandar sua obra de estreia, Lunar, deixando, de uma vez por todas, de ser apenas o filho de David Bowie.

Com talento e inventividade o diretor mostrou que tinha futuro na indústria cinematográfica surpreendendo toda a crítica com uma ficção-científica de baixo orçamento, mas muito bem orquestrada, e que garantiu para o ator Sam Rockwell um das grandes atuações de sua carreira...



A película narra a história do capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal), que desperta num trem cercado por pessoas estranhas e poucos minutos antes que o mesmo venha a explodir num atentado terrorista. Em instantes, Stevens percebe que está dentro de um programa chamado Código Fonte, comandado pelo exército norte-americano, no qual, repetidas vezes, voltará no tempo oito minutos antes da explosão com o intuito de descobrir quem comandou o ataque. Nesse tempo, o capitão tenta entender como foi parar dentro do programa e qual seu propósito. A fita ainda conta com Vera Farmiga na pele de uma oficial do Código Fonte, Jeffrey Wright como o cientista por trás do projeto e Michelle Monaghan interpretando uma passageira do trem por quem Stevens, inevitavelmente, acaba se apaixonando.

Apesar de tratar de uma história já batida – alguém preso no tempo e tentando encontrar uma saída – o roteirista Ben Ripley supera esse estigma ao explorar outras nuances, começando pela idéia de não se ater exatamente a uma prisão temporal, mas a um programa de computador controlado por humanos.

É eficaz também o mistério que cerca o capitão Colter Stevens, que tem como última lembrança o campo de batalha no Afeganistão, sem saber como foi parar no projeto. À medida que o personagem central vai juntando as peças desse quebra-cabeça ao passo em que tenta desvendar os mistérios no trem, o filme ganha ritmo e pontos positivos.

As ideias sugeridas pelo roteiro para justificar sua existência seriam, por si só, capazes de manter o filme girando sem denegrir a ação que este pede, já que o ocorrido com Stevens e o atentado no trem, além do Código Fonte, serem temas intrigantes. Isso fica provado quando o capitão corre de um lado para outro atrás dos possíveis suspeitos, prendendo o espectador na cadeira, ou mesmo criando raiva e frustração ao assistimos, impossibilitados de interferir, a situação claustrofóbica pela qual passa o protagonista enquanto está confuso e preso a uma câmara escura e gelada. É justamente nessas passagens que Duncan Jones mostra seu talento, revelando o excelente potencial que tem.

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