06 dezembro 2006

Análise >> Happy Feet: O Pingüim (Happy Feet)

Happy Feet: O Pingüim começa com uma cena musical que lembra demais Moulin Rouge – O Amor Em Vermelho!, segue nitidamente inspirado pelo clássico conto infantil O Patinho Feio, e depois se transforma num tipo de versão animada de A Marcha dos Pingüins. O que não chega a ser um demérito. O desenho tem, sim, suas qualidades.

Ambientado magnificamente (é incrível o que o desenvolvimento da computação gráfica tem conseguido!) no Pólo Sul, o filme mostra o nascimento de Mano (ou Mambo, na versão original), um simpático pingüim imperador que, contrariamente a todos de sua espécie, não sabe cantar. Ele sabe, sim, sapatear, mas esta habilidade é considerada estranha e até ofensiva no seu grupo social. Desta forma, Mano cresce como uma espécie de “nerd”, “perdedor”, ou, como diriam os norte-americanos, loser, incapaz de se ajustar socialmente. Porém, ao encontrar acidentalmente um grupo diferente de pingüins “latinos”, Mano vê uma luz nascer no fim da geleira.

Happy Feet: O Pingüim é um filme irregular. Brinda o público com imagens belíssimas, desenvolve personagens divertidos, mas traz um roteiro de certa forma desequilibrado, que demora para engrenar, se estende demais em determinadas seqüências e nos minutos finais tenta resolver tudo rapidamente.

Talvez o principal problema de Happy Feet: O Pingüim seja a busca desenfreada pela conquista tanto do público infantil como o adulto. Os produtores sabem que este tipo de desenho animado de alto custo (a estimativa é de que foram investidos US$ 85 milhões na produção) não pode correr o risco de fracassar nas bilheterias. E, para isso, necessitam agradar ao mesmo tempo pais e filhos. O que não é nada fácil. Nesta difícil tentativa, o filme levanta problemas que talvez sejam adultos demais para as crianças, ao mesmo tempo em que traz longas cenas de perseguição que talvez sejam cansativas demais para os adultos. Uma indefinição sempre perigosa.

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